Com uma história de 15 anos no Brasil, a educação financeira vem, gradativamente, fazendo parte da vida do brasileiro. A crescente presença do tema no dia a dia coloca o fator investimento em evidência. E é nesse contexto que o consórcio vem ganhando relevância.
O economista da ABAC, Luiz Antonio Barbagallo, explica que, em economia, “investimento” significa a aplicação de capital com a expectativa de benefício futuro. Logo, vai de ativos financeiros, que rendem juros e dividendos, a bens físicos, que geram retornos de acordo com suas características.
Barbagallo alerta que, sendo o tempo um dos fatores fundamentais nas projeções de resultados de cada ativo, as expectativas de curto, médio ou longo prazos devem ser levadas em conta pelo investidor.
Além disso, é preciso considerar possíveis riscos de cada escolha, bem como “não colocar todos os ovos em uma mesma cesta”, como diz o ditado.
As opiniões sobre o consórcio ser ou não ser investimento se dividem. Afinal, brasileiros criaram o mecanismo como autofinanciamento destinado à aquisição de bens.
“Em nosso entendimento, o consórcio engloba consumo, poupança e investimento, ou seja, é uma simbiose entre estas três formas de aplicação planejada de capital”, diz o economista da ABAC.
Consumo: há mais de 60 anos, o consórcio tem sido o meio mais simples e econômico para adquirir veículo zero ou seminovo, imóvel ou bens móveis duráveis e até, mais recentemente, contratar serviços.
Poupança: consórcio é poupança, não no sentido de aplicação financeira, mas na medida em que o consorciado, ainda não contemplado, acumula valores ao pagar as parcelas mensais, formando um pecúlio com disciplina.
Investimento: consórcio é investimento quando o objeto adquirido após a liberação do crédito pode gerar retornos financeiros ou patrimoniais para o consorciado, de acordo com seu uso.
“Nos últimos anos, observamos aumento nas adesões por investidores, cujo objetivo tem sido usufruir do bem como gerador de renda”, diz Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC.
Entre as diversas possibilidades de investimentos via Sistema de Consórcios estão os imóveis, veículos, bens móveis e serviços.
No post anterior, você viu que brasileiros estão buscando mais o consórcio para investimento. Hoje vamos mostrar que, entre as diversas possibilidades de investimentos via Sistema de Consórcios, estão imóveis, veículos, bens móveis e serviços.
Os exemplos começam pelo maior sonho do brasileiro: a casa própria. Porém, a multiplicação de objetivos aponta para a aquisição de imóveis com duas vertentes. Uma é locação, como geradora de alugueis por longos e curtos períodos, a outra é construção e venda.
Na segmentação das oportunidades, tanto para pessoas físicas como para jurídicas, há ainda os imóveis comerciais, terrenos, reformas, galpões, além dos na planta ou aqueles para veraneio, incluindo os urbanos ou rurais, em praias, sítios, chácaras, fazendas, e até os localizados no exterior.
Vale destacar que se o objetivo inicial do consorciado investidor for adquirir imóvel pronto para aluguel, mas surgir uma oportunidade para compra de lotes para construção, ele é livre para fazer essa mudança de plano. Isso porque esses bens pertencem à mesma categoria definida pelo Banco Central do Brasil (bens imóveis).
Paralelamente, para a mobilidade urbana, as chances se ampliam. O constante crescimento das necessidades individuais ou coletivas nas cidades e de enfrentamento de congestionamentos e poluição, oportuniza novos negócios.
É possível, por exemplo, adquirir um veículo com consórcio para trabalhar em vendas ou em atividades como o tradicional táxi ou Uber. Ou ainda na formação de frotas de utilitários como os Veículos Urbanos de Cargas (VUC).
Ao se tornarem cada vez mais populares na mobilidade urbana pela agilidade e economia proporcionadas, as motocicletas – à combustão ou elétricas – têm sido adquiridas por motoboys e motofretistas, apoiados no consórcio para viabilizar suas profissões.
Fortemente presente nas atividades de entrega, tem sido utilizada ainda por autônomos e frotistas nos serviços de segurança, manutenção, apoio clínico e de comunicação.
Autônomos e empresários do setor de transportes, que utilizam caminhões leves, médios, pesados, extrapesados e implementos, têm buscado no consórcio de veículos pesados soluções para ampliação e renovação de frotas.
O ônibus, por exemplo, principal meio de transporte de passageiros no turismo brasileiro, permite servir tanto em viagens quanto nas interligações com hoteis, restaurantes, pontos turísticos e até em outros modais, como terminais rodoviários, portos e aeroportos.
Como um dos principais impulsionadores da economia brasileira, os empreendedores do agronegócio vêm anotando crescente presença no Sistema de Consórcios.
Dos clássicos tratores, passando pelos equipamentos com tecnologia embarcada como semeadoras, irrigadores, colheitadeiras, aos sofisticados medidores de umidades e drones, o consórcio tem participado diretamente do planejamento de custos ao aumentar a produtividade na agricultura e na pecuária, tornando o mercado mais competitivo.
Simultaneamente, em outras atividades econômicas, a modalidade vem se tornando importante para os que desejam empreender. É possível, com o auxílio do Sistema de Consórcios, montar toda a estrutura de um negócio.
Como exemplos, podemos citar a montagem de coworkings, ou a implantação de lojas e outros tipos de negócios que necessitam de mobiliário e equipamentos.
Além disso, considerando, por exemplo, a carreira profissional, é possível utilizar o consórcio como autofinanciamento para cursos de graduação, pós-graduação, MBA, entre outros. Pode ser uma forma de financiar os estudos e obter reconhecimento acadêmico para, posteriormente, ser um funcionário mais bem remunerado. Nesse caso, a evolução do salário torna o consórcio de serviços um investimento que gera retorno para o profissional que o contratou.
“Independente do ramo de atuação, o investimento em consórcio pode ser a alavanca do sucesso individual e ou empresarial” diz o presidente executivo da ABAC.
Com 11,22 milhões de participantes, 4,17 milhões de adesões e R$ 354,13 bilhões em negócios, o Sistema de Consórcios quebrou diversos recordes em 2024. Para saber mais, confira o desempenho do setor de janeiro a novembro de 2024.
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