O número de brasileiros que vivem de aluguel cresceu, enquanto o de imóveis quitados caiu, segundo o IBGE. Com a renda em alta, o desafio é equilibrar despesas e investir no futuro — e o consórcio de imóveis surge como alternativa segura para conquistar a casa própria.
Entre os anos de 2016 a 2024, o número de brasileiros morando de aluguel cresceu 4,6 pontos percentuais, passando de 18,4% para 23,0%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Enquanto isso, residir em imóveis próprios quitados diminuiu 5,2 pontos percentuais, ao se retrair, em oito anos, de 66,8% para 61,6%. Os chamados “imóveis próprios em pagamento” mantiveram-se estáveis, próximos dos 6%.
Uma das explicações para esse comportamento é o valor da renda mensal familiar, que, nesse mesmo período, evoluiu. Ao bater recorde histórico, atingiu R$ 3.057,00 no ano passado, considerando o rendimento médio proveniente de todas as fontes, de acordo com o IBGE. Em setembro deste ano, a receita originada do trabalho cresceu e chegou a R$ 3.484,00 um avanço real de 3,8% no ano, impulsionada pela formalização do mercado de trabalho.
“A administração das finanças é cada vez mais uma preocupação do brasileiro”, destaca Luiz Antonio Barbagallo, economista da ABAC. “Renda mais alta proporciona maior qualidade de vida, e os gastos desnecessários podem, por vezes, desviar o foco no planejamento. A solução para conciliar o pagamento de contas, incluindo aluguel, e adquirir a casa própria, encontra-se no consórcio de imóveis”,afirma.
Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC, explica que o modelo consorcial, além de não exigir entrada, difere de outros mecanismos de financiamento disponíveis no mercado ao combinar ausência de juros, parcelamento integral, prazos longos, baixo custo final e parcelas acessíveis.
Além disso, outros benefícios colocam a modalidade em destaque, como a não cobrança de valores retroativos; inexistência de IOF; poder de compra à vista ou de negociação; diversidade de prazos para pagamentos; possibilidade de obter o crédito mensalmente por meio de sorteio; possibilidade de acelerar a contemplação por meio de lances; utilização de até 10% do valor do crédito para despesas com transferência de propriedades, tributos, registros cartoriais, instituições de registro e seguros; uso do FGTS, nas condições indicadas pelo Conselho Curador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço; e flexibilidade do uso do crédito.
A advogada Silvana Romano, moradora na capital paulista e profissional do ramo imobiliário, relata: “O consórcio está na minha vida há mais de 20 anos. Sempre que tenho disponibilidade em minha renda pessoal faço adesão a uma cota. Assim, posso poupar para ter algum bem desejado e não ter prejuízo financeiro ou realizar gastos desnecessários”.
Nesses anos, Rosana foi consorciada de automóvel, moto e, mais recentemente, foi contemplada em grupo de eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis, com objetivo de comprar um computador. “Sempre que posso, me aconselho com uma consultora financeira e projeto as futuras aquisições”, completa.
O consórcio é amplamente utilizado para realização do sonho do primeiro imóvel e para formar/ampliar patrimônio. Além disso, vai ao encontro de investidores que estão buscando rendimento futuro gerado por imóveis a partir, por exemplo, da sua locação.
Em setembro, esse segmento contava com 2,60 milhões de participantes ativos e vem anotando crescimento contínuo nos últimos cinco anos. “Fica claro que a modalidade, ao despertar interesse, tem sido um dos caminhos mais simples e econômicos para comprar a casa própria”, diz Rossi.
Somente no período de janeiro de 2020 a setembro de 2025, mais de 580 mil consorciados foram contemplados no segmento de imóveis. Durante esse período, atingiu R$ 107,6 bilhões em créditos disponibilizados, potencialmente injetados no mercado imobiliário, conforme recente pesquisa realizada pela ABAC.
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