Estudo realizado pela assessoria econômica da ABAC comprovou uma importante conexão entre a venda de consórcio e a renda dos consumidores. A avaliação revelou que, mesmo em tempos de crise econômica, não houve diminuição na venda de cotas. Os consumidores que mantiveram seus empregos e renda continuaram a investir no consórcio.
“Renda é a soma de tudo o que consumimos e o que investimos. Pautamos nossas decisões, em geral, pela renda disponível, sempre sujeita às flutuações”, explica Luiz Antonio Barbagallo, economista da ABAC.
Sendo assim, ele esclarece que, diferentemente da renda per capita, a renda familiar per capita é calculada como a razão entre o total dos rendimentos domiciliares, em termos nominais, e o total dos moradores (definição do IBGE). Nesse cálculo, consideramos os rendimentos de trabalho e de outras fontes. Todos os moradores são considerados no cálculo, inclusive os moradores classificados como pensionistas, empregados domésticos e parentes dos empregados domésticos. E foi esse o dado utilizado no estudo da ABAC.
A análise da ABAC considerou a renda per capita familiar anual obtida na Pesquisa Anual por Amostra de Domicílios, do IBGE, de 2009 a 2022. Usou também a quantidade de cotas de consórcio vendidas anualmente nesse período.
Assim, observamos que a renda familiar foi responsável por 67,3% das vendas de cotas de consórcio no Brasil. O trabalho concluiu que para cada R$ 1,00 de renda per capita familiar, o Sistema de Consórcios vende 1.824 cotas, em média.
No gráfico abaixo, é possível verificar que todos os pontos de intersecção entre renda e venda de cotas, nos últimos 14 anos, estão próximos da média representada pela linha reta no gráfico, o que ratifica a forte relação entre as duas variáveis.
De fato, os percentuais obtidos nas unidades federativas foram expressivos em sua maioria. Ao todo, 15 estados e o Distrito Federal ficaram acima de 50%. Isso significa que a renda nesses estados foi fator preponderante para a venda de cotas. Confira no mapa.
“O consórcio é uma excelente opção tanto para conquistar aspirações de consumo, quanto para investimento, como no caso de formação ou ampliação de patrimônio imobiliário para gerar renda por meio de aluguéis”, aponta Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC.
Além disso, Barbagallo explica que nem sempre um PIB menor ou até mesmo negativo significa uma renda familiar per capita menor. Os dados de 2015 e 2016, por exemplo, evidenciam que naquele primeiro ano a queda no PIB foi de 3,5%. No entanto, a renda familiar per capita, no mesmo período, cresceu 5,8%. No ano seguinte, em 2016, a retração foi ligeiramente inferior, 3,3%, e novamente a renda cresceu: 10,2%.
“Recessões são ruins, geram desemprego e queda no consumo, entre outras mazelas. Contudo, aquelas famílias que conseguem manter seus empregos e não têm seus rendimentos reduzidos, continuam com seus planos, incluindo participação no Sistema de Consórcios como um forte aliado para conseguir realizá-los”, avalia Barbagallo.
Com base em dados divulgados pela empresa Tendências – Consultoria Integrada, que apontaram crescimento de 6,2% na média salarial no segundo trimestre deste ano, quando comparado a 2022, o economista projeta boas perspectivas.
“É de se acreditar que os números relativos à renda per capita familiar de 2023 seguirão crescendo. Isso deverá influenciar diretamente no desempenho do consórcio, como já vem ocorrendo há alguns anos”, diz.
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