Em 60 anos de história, o Sistema de Consórcios enfrentou diversos pontos de inflexão estratégica. Assim são chamados os momentos em que há uma mudança repentina na economia – clique aqui para saber mais sobre “ponto de inflexão estratégica”. Com apoio da ABAC e mobilização de suas administradoras associadas, conseguiu vencer todos e sair fortalecido.
Segundo avaliação da assessoria econômica da ABAC, foram cinco os pontos de inflexão estratégica enfrentados pelo Sistema de Consórcios. Em seis décadas, o setor precisou lidar com variações bruscas ocasionadas pelo Plano Cruzado 1, o Plano Cruzado 2, o Plano Collor, o Plano Real e, o último deles, a pandemia da Covid-19. O aprendizado que ficou, após cada um, foi o de preservar a modalidade e a criar inovações, sempre voltadas aos mais de 7,6 milhões de consorciados ativos.
Em 1986, o congelamento de preços do Plano Cruzado ocasionou uma explosão de demanda. Foi o primeiro dos cinco pontos de inflexão estratégica. Com valores tabelados, o poder de compra das pessoas aumentou e consequentemente a demanda por bens de consumo duráveis. Com a demanda maior, os preços também tendem a subir. Contudo, o tabelamento abaixo da rentabilidade ou do custo de produção acarretou em desabastecimento.
A indústria automobilística foi um dos setores afetados pelo desabastecimento. Por não entregar seus produtos, com preços congelados, não havia veículos para os consumidores. Na ocasião, muitos viram no Sistema de Consórcios um meio de aquisição, pois entendiam que, ao serem contemplados, conseguiriam retirar o bem. Como nos mostra a história, isso não ocorreu e a consequência foi a insatisfação dos consorciados e um abalo na imagem do Sistema.
A sequência do Plano Cruzado, o Plano Cruzado II trouxe ainda mais dificuldades, com aumento do IPI e das margens de lucro da indústria. Isso afetou mais uma vez o Sistema de Consórcios, com reclamações dos consorciados que desejavam retirar imediatamente os seus bens. Nesta ocasião, a ABAC atuou junto ao Ministério da Fazenda no sentido de ampliar os prazos dos grupos, minimizando o reflexo do aumento de preços aos cotistas.
Em 1990, a retenção dos ativos financeiros estabelecida no Plano Collor foi outro duro golpe. Com os recursos retidos, o Sistema novamente enfrentou dificuldades. Por iniciativa da ABAC junto aos órgãos governamentais, foi autorizada a conversão dos recursos para o novo padrão monetário, liberando a entrega dos bens, por meio da Portaria MF nº 192-A.
Em 1994, com o Plano Real, mais uma vez a lei da oferta e demanda se fez presente com a estabilização dos preços e o aumento da renda da população. Apesar de defendermos o mecanismo de consórcio como não inflacionário, visto se tratar de compra programada, houve, por parte das autoridades, outro engessamento do setor, limitando o prazo dos grupos de automóveis em 12 meses.
Após os resultados recordes alcançados pelo setor de consórcios em 2019, a ABAC iniciou 2020 estimando altas de até 12% nas adesões. Porém, ainda no 1º semestre, o cenário econômico começou a mudar bruscamente em virtude da pandemia da covid-19. Nos meses de março e abril, ocorreu o último dos pontos de inflexão estratégica. O setor viu uma queda brusca nas vendas de novas cotas.
Como representante do Sistema de Consórcios, a ABAC agiu prontamente. Procurou o Banco Central para apresentar o pleito de que consorciados contemplados e com todas as parcelas quitadas pudessem, a critério da administradora, retirar o crédito em dinheiro sem necessidade de esperar o prazo de 180 dias a partir da data de contemplação.
Outra iniciativa buscou atender aos grupos de consórcio que utilizam os resultados da extração da Loteria Federal para a realização dos sorteios. Como alternativa, a ABAC firmou parceria com a FenaCap – Federação Nacional de Capitalização, para a realização de sorteios enquanto a Loteria Federal estivesse suspensa.
A recuperação foi rápida e começamos a registrar aqui no Blog da ABAC a partir dos resultados de julho de 2020. O setor voltou a registrar recordes de adesões até que, em outubro, atingiu o total de 2,48 milhões de cotas vendidas no acumulado do ano. Foi o melhor desempenho dos últimos 10 anos e serviu para confirmar o histórico de recuperação rápido do consórcio e sua importante presença nas atividades econômicas.
Os tópicos acima mostram o quanto situações inesperadas podem atingir o setor de consórcios abruptamente. E o quanto a atuação da ABAC foi e é fundamental para o Sistema.
Ao longo do tempo, além de todas as medidas citadas, a ABAC se mostrou a força do setor, contribuindo com diversas conquistas que beneficiaram administradoras, profissionais e consumidores, como:
Nos últimos 60 anos, a ABAC e os profissionais envolvidos com o Sistema de Consórcios vêm adotando uma filosofia: a de estar permanentemente alerta para que os consorciados tenham sempre o melhor suporte, as melhores condições e a máxima segurança em um sistema genuinamente brasileiro e que já realizou o sonho de milhões de pessoas.
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