O consórcio de imóveis é um dos que mais crescem no Sistema de Consórcios, nas últimas décadas. Pesquisa recente da ABAC identificou evolução de 294,1% nas adesões relativas aos períodos acumulados de janeiro a agosto nos últimos seis anos. Ainda, o segmento contemplou mais de 1,5 milhão de participantes nos últimos 20 anos.
O consórcio de imóveis foi criado há 35 anos, quando da publicação da Portaria 028/1990, da Receita Federal, em março de 1990, e editada por aquele órgão que, à época, regulamentava o mecanismo. Desde o início, face às suas características, despertou o interesse dos que sonhavam com a casa própria. Ao longo do tempo, passou a interessar também a investidores que, focando no patrimônio como fonte de lucro, foram gradativamente aderindo à modalidade.
Recente pesquisa realizada pela assessoria econômica da ABAC junto às administradoras associadas que atuam nesse setor, considerando o período de janeiro a agosto, observou crescimento do interesse e do avanço das adesões ao mecanismo.
O consórcio de imóveis anotou evolução de 294,1% nas adesões relativas aos períodos acumulados de janeiro a agosto, nos últimos seis anos. Na somatória dos oito meses, as vendas subiram de 206,92 mil cotas, em 2020, para 815,06 mil, neste ano. Isso comprova a intensa procura pelo consórcio para conquistas pessoais ou familiares e para formação ou ampliação de patrimônios.
Nos últimos 20 anos, desde 2005, foram contemplados aproximadamente 1,55 milhão de consorciados, que puderam adquirir seus imóveis com finalidades de moradia, negócios ou investimentos.
Além disso, de 2020, quando a soma alcançava 50,54 mil contemplados, para 2025, com 93,34 mil, a evolução representou aumento de 84,7%. Ainda, no período, de janeiro de 2020 a agosto de 2025, a soma dos créditos concedidos, nos 68 meses, subiu de pouco mais de R$ 105 bilhões, para quase 570 mil contemplados, potencialmente injetados no mercado imobiliário.
Levando em conta somente os meses de agosto de 2020 a 2025, notou-se uma performance de aumento constante dos participantes ativos no consórcio de Imóveis.
Enquanto em 2020 havia 988,55 mil. No ano seguinte, o total ultrapassava a marca do milhão e subia para 1,19 milhão. Em 2022, atingiu 1,33 milhão, rapidamente ultrapassados em 2023, quando chegou a 1,59 milhão de consorciados. Em 2024, somou 1,97 milhão, 26,9% inferior aos 2,50 milhões deste ano. O crescimento de 152,9% no período reafirmou a confiança, a credibilidade e a importância do mecanismo.
Os dados de imóveis financiados, fornecidos pela ABECIP (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), somados às contemplações do Sistema de Consórcios, mostram que a presença destas últimas tem avançado gradativamente, ampliando a somatória de vendas imobiliárias financiadas.
“Tal crescimento, ao longo dos anos, foi caracterizado pelo perfil dos participantes que planejam e desejam o imóvel com baixo custo financeiro. Aao tempo que, em paralelo, àqueles que necessitam do imóvel de imediato, contratam o financiamento e arcam com o ônus dos juros”, compara Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC.
Ao considerar o total acumulado nos sete primeiros meses do ano, as contemplações representaram possíveis 24,3% de participação no total de 327,17 mil imóveis financiados, incluindo recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e dos consórcios, potencialmente um imóvel a cada quatro comercializados. No ano passado, a presença era de 17,8%, 6,7 pontos percentuais menores, um imóvel a cada cinco vendidos.
Para aqueles que entendem o consórcio de imóveis como modalidade para investir patrimonialmente, com planejamento também para obtenção futura de rendimentos, outro indicador é o comportamento do tíquete médio mensal.
Tendo os meses de agosto dos últimos seis anos como referência, houve algumas oscilações, resultantes de maior procura por várias faixas de valores. Com a média de R$ 185,96 mil com viés de alta, cresceu nominalmente 5,1%. A partir dos R$ 187,92 mil, de 2020, progrediu para os R$ 197,47 mil, deste ano.
A estratégia está apoiada no uso do consórcio como poupança com objetivo definido e a consequente transformação do imóvel, residencial ou comercial, após a contemplação, em mais uma possível fonte de receitas a partir, por exemplo, da locação, proporcionando tranquilidade e segurança na terceira idade.
Entre as várias características exclusivas do consórcio de Imóveis estão a não cobrança de valores retroativos, a inexistência de IOF no caso de imóveis comerciais, o poder de compra ou de negociação, sem entrada, parcelamento integral, diversidade de prazos para pagamentos, possibilidade mensal de obter o crédito por meio de sorteio, possibilidade de acelerar a contemplação por meio de lances, oportunidade de formar e ampliar patrimônio, utilização de até 10% do valor do crédito para despesas com escritura, certidões, outros documentos, seguro, uso do FGTS, nas condições indicadas pelo Conselho Curador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e flexibilidade do uso do crédito.
Na pesquisa realizada, baseada em dados nos últimos meses, de janeiro a agosto de 2025, foram levantados os dados nacional, regionais e estaduais, relativos às vendas de cotas e os locais onde os imóveis foram adquiridos pelos consorciados após a contemplação.
Infográfico Por Dentro do Consórcio
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