Você já ouviu falar no IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo? Com tantos produtos e serviços sendo oferecidos em tantas regiões diferentes, como é possível chegar a um único índice para medir a inflação? Neste post, você vai saber mais sobre o cálculo do principal índice de acompanhamento da inflação no Brasil.
O IPCA é usado para medir a variação de preços. Ou seja, a inflação de uma cesta de produtos e serviços consumidos pelas pessoas do país num determinado período, que pode ser um mês, de três meses, de um ano, ou dos últimos 12 meses. O IBGE é o responsável pelo cálculo do IPCA, cujo objetivo é representar o consumo de pelo menos 90% da população que vive em áreas urbanas do país. Para isso, o instituto verifica mensalmente os preços de 430 mil produtos, em 30 mil locais, de 16 diferentes centros urbanos do Brasil.
E como o IBGE define a cesta de produtos e serviços? Periodicamente, o IBGE realiza a Pesquisa de Orçamento Familiar para entender os hábitos de consumo da população e quanto do orçamento as famílias destinam a cada item. São produtos e serviços como arroz, feijão, passagens de ônibus, despesas com salão de beleza, botijão de gás, entre outros. Os preços destes produtos são comparados aos preços do mês anterior, resultando em um valor único que reflete a variação geral de preços no período.
Entretanto, o valor único obtido não é uma média simples. Para calcular o IPCA, o IBGE considera também o peso de cada um desses itens no consumo das famílias. Por exemplo, se os gastos com gasolina representam um percentual maior da renda das famílias do que os gastos com etanol. Ou se o consumo de peixe representa um percentual maior do que o consumo de carne. Logo, a gasolina e o peixe terão um peso maior no cálculo.
A inflação medida pelo IPCA pode ser diferente da sua percepção de inflação. Isso porque o IPCA capta uma média nacional relevante, mas os gastos de cada família ou pessoa variam. Veja só: o preço da passagem aérea pode subir em determinado mês, porém você não viajou de avião no período. Logo, não perceberá essa variação no preço.
O universo pesquisado pelo IBGE abrange famílias com rendimentos entre 1 e 40 salários mínimos. Elas são residentes das regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Belém, Recife, Fortaleza e Vitória, ou nas cidades de Brasília, Goiânia, Campo Grande, Aracaju, São Luís e Rio Branco. Além disso, cada cidade ou região metropolitana possui um peso diferente referente a seu contingente populacional.
O IBGE calcula o IPCA desde 1919 e o Governo Federal o utiliza como índice oficial da inflação no Brasil. Portanto, o IPCA serve de referência para as metas de inflação definidas pelo CMN – Conselho Monetário Nacional, e também para as alterações na taxa de juros feitas pelo Banco Central. Essas são as razões que o definem como um dos índices econômicos mais importantes do país.
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Este post conta com informações do Episódio 80 da série BC te Explica, do Banco Central do Brasil. Se preferir, acompanhe abaixo a versão em vídeo:
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