Falar sobre dinheiro com as crianças pode parecer um desafio. Afinal, como explicar conceitos financeiros a quem está começando a entender o valor das coisas? O Banco Central propõe uma metodologia simples e eficaz para trabalhar o tema com o público infantil: o PLA-POU-CRÉ. Acompanhe a leitura e descubra como aplicar essa proposta de forma leve e educativa no dia a dia.
A sigla, que parece um trava-língua, reúne três pilares da educação financeira: planejamento, poupança e crédito consciente. Esses conceitos podem ser aplicados de maneira prática nas conversas em família, incentivando desde cedo o uso responsável do dinheiro e dos recursos.
O planejamento é a base da educação financeira. Com as crianças, é importante ensinar a diferença entre necessidades e desejos, além de mostrar como funciona um orçamento pessoal.
Uma atividade simples é pedir que a criança faça uma lista de brinquedos ou passeios que gostaria de realizar. A partir daí, pode-se explicar que há um limite — e que toda escolha implica abrir mão de outra. Assim, ela compreende que todo sonho tem um custo.
O exercício de planejar ajuda também a distinguir sonhos de curto, médio e longo prazo: algo que ela queira fazer nesta semana, no próximo mês ou no ano seguinte. Esse processo de priorização é o primeiro passo para uma relação saudável com o dinheiro.
Depois de planejar, vem o POU, de poupança. Poupar significa mais do que guardar dinheiro: é aprender a cuidar dos recursos, sejam eles financeiros ou naturais.
Atitudes simples, como não desperdiçar água durante o banho ou apagar a luz ao sair do quarto, ajudam a criança a perceber que economia também é responsabilidade.
Se for possível, os pais podem oferecer uma semanada ou mesada, mesmo que simbólica, e incentivar o hábito de guardar uma parte para realizar sonhos de médio e longo prazo. Essa prática desenvolve o senso de disciplina e o entendimento sobre o valor do tempo no alcance de objetivos.
O CRÉ, de crédito, costuma ser o conceito mais difícil de explicar. Muitas crianças veem os adultos usando o cartão de crédito e acreditam que ele representa um dinheiro “mágico”. É essencial mostrar que crédito é um valor emprestado, que precisa ser devolvido.
Uma forma didática de ilustrar é comparar o crédito a um brinquedo ou livro que se pega emprestado: em algum momento, será preciso devolver. E se não houver como pagar, surgem consequências negativas. Essa explicação associa o crédito à confiança e à responsabilidade.
Os três conceitos se conectam. Uma criança que aprende a planejar e poupar entende melhor o funcionamento do crédito e faz escolhas mais conscientes.
Um exemplo prático: ao economizar nas contas da casa ou ao juntar a mesada, a criança pode realizar pequenos desejos no curto prazo, como tomar um picolé. No médio prazo, pode comprar um brinquedo. E no longo prazo, juntar um valor maior para aproveitar as férias.
Mais importante do que falar é dar o exemplo. Quando os pais demonstram equilíbrio entre necessidades e desejos e evitam gastar além do limite, tornam-se o principal modelo de educação financeira para os filhos.
O Banco Central disponibiliza diversos materiais sobre educação financeira para crianças no portal Cidadania Financeira e no programa Aprender Valor, voltado às escolas de ensino fundamental em todo o Brasil. O conteúdo é gratuito e pode ser acessado em: aprendervalor.bcb.gov.br
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Esse texto conta com informações do episódio 132 da série “BC te Explica”, do Banco Central. Clique aqui para conhecer nossos outros posts produzidos com conteúdo da autarquia. Se preferir acompanhar o conteúdo em vídeo, assista abaixo:
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