A inadimplência no Sistema de Consórcios caiu 32% em seis anos. O recuo ocorreu entre 2015 e 2020, conforme mostramos aqui no Blog da ABAC. No post de hoje, vamos descobrir como a inadimplência no setor de consórcios foi afetada pelo desempenho da economia brasileira.
Em termos de importância para o PIB do Brasil, há que se considerar a elevada participação que o Sistema de Consórcios possui. Em 2020, o setor ampliou sua participação em relação ao ano anterior e chegou a 3,9% – saiba mais neste post.
Já em termos macroeconômicos, há uma estreita relação da inadimplência com o PIB. Recessões econômicas trazem a reboque todas as consequências já conhecidas. Ainda que alguns setores sejam mais afetados do que outros, de forma geral todos são atingidos.
No Sistema de Consórcio não tem sido diferente, de acordo com o economista da ABAC, Luiz Antonio Barbagallo. “Ao analisar a evolução do PIB e da inadimplência geral de 2010 a 2020, que é calculada entre todos os consorciados contemplados ativos e não somente para aqueles em débito há até 1 ano, constata-se essa estreita relação”, adianta Barbagallo.
A relação entre PIB e inadimplência no período de 2010 a 2019 leva a uma correlação negativa de – 70%. Isto reafirma que índices de inadimplência são influenciados pelo desempenho da economia.
Nos anos de 2015 e 2016, essa relação ficou mais evidente, como confirmam os indicadores de PIB negativo, -3,5% em ambos. Já a inadimplência, saiu de 5,03%, em 2014, para 6,42%, em 2015, e para 7,09%, em 2016. “O fato curioso é que o ano de 2020 fugiu à regra, pois a inadimplência caiu mesmo com o PIB registrando queda de 4,58%, quando deveria subir”, diz Barbagallo.
“Se incluirmos esse ano no cálculo, o percentual de correlação se modificará para -46%, o que claramente mostra a contaminação do cálculo pela relação atípica dos indicadores em 2020”, conclui o economista.
Com a pandemia vivenciada no ano passado, surgiram várias decorrências. A principal foi o impacto inicial, amortecido pela rápida recuperação do Sistema de Consórcios nos meses seguintes. “Vale destacar também, como apontado no Panorama do Sistema de Consórcios, publicado pelo Banco Central do Brasil, a contribuição dos esforços das administradoras em suas campanhas de renegociação, parcelamentos e recebimentos futuros. Some-se as parcerias com seguradoras e as fundamentais flexibilizações permitidas pela Circular do Banco Central 4.009, de 2020″, aponta Luiz Barbagallo.
Veja no post abaixo como o setor de consórcios se movimentou para enfrentar as consequências econômicas da pandemia da covid-19:
Há também outros fatores que colaboraram na recuperação econômica. O primeiro foi o auxílio emergencial, benefício criado para garantir uma renda mínima aos brasileiros em situação mais vulnerável durante a pandemia. Houve ainda o aquecimento de setores ligados ao agronegócio, com inclusão do transporte rodoviário de carga com os veículos pesados e pelas máquinas e implementos destinados à agricultura. Outro importante setor foi o dos serviços de entregas, realizados com o delivery, feito especialmente por motociclistas.
O presidente executivo da ABAC, Paulo Roberto Rossi, sintetiza que o consórcio é um produto em linha com as boas práticas de educação financeira. “Os consorciados são consumidores que optam por um Sistema de autofinanciamento com custos baixos, facilitado pelo planejamento, que por si só já contribui para a baixa inadimplência”, finaliza.
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