Consórcio minimiza efeitos do “paradoxo da parcimônia”

30 . jul . 2024

Poupar recursos é uma atitude que atravessa gerações. Nada mais é do que acumular dinheiro hoje para utilizá-lo no futuro. Mas essa atitude positiva traz implicações não tão positivas para a economia. É o chamado “paradoxo da parcimônia”, que tem no consórcio um importante equalizador.

O “paradoxo da parcimônia” ou “paradoxo da poupança”, é um conceito popularizado pelo economista inglês John Maynard Keynes

“Keynes afirma ser o aumento da poupança de cada indivíduo fator de diminuição da demanda agregada na economia”, cita Luiz Antonio Barbagallo, economista da ABAC. “O paradoxo está no fato de que a diminuição da demanda reduz a produção, e que isso, consequentemente, contribui para redução da poupança, pois menor produção e menor demanda significam menos renda. Por conseguinte, haverá menos poupança”. 

Muitas recessões econômicas foram e são causadas por retração de demanda agregada, e encontram explicação no paradoxo da parcimônia.

Investimento não é dinheiro parado

Quando se fala em poupar recursos financeiros, tem-se a impressão que o dinheiro ficará parado, sem uso e rendendo. Contudo, Barbagallo afirma que na economia não existe recurso ocioso. “Todos os valores poupados, em qualquer tipo de investimento, sejam originários de pequeno, médio ou de grande investidor, destinam-se a financiar empreendimentos empresariais ou pessoais”, explica.

O Brasil, um país com dimensões continentais, com uma população acima dos 215 milhões de habitantes, segundo o Banco Mundial, é um mercado gigante e com diversidades regionais. Desta forma, há demanda para vários tipos de produtos financeiros como aplicações, empréstimos, investimentos, financiamentos e os consórcios. 

O equilíbrio entre poupança e consumo é salutar para a economia. “Crescer via investimentos é sólido e duradouro. Por outro lado, o crescimento via consumo é, sem dúvida, importante”.

Consórcio x Paradoxo da parcimônia

No Sistema de Consórcios, uma criação genuinamente brasileira, os recursos poupados mensalmente transformam-se em patrimônios. Assim, a modalidade é uma indutora de demanda, de forma planejada, sem as oscilações típicas do mercado, minimizando os efeitos do paradoxo da parcimônia.

Sem contrapor o conceito disseminado por Keynes e ao analisar de forma microeconômica, Barbagallo aponta um diferencial exclusivo dos consórcios. “Consórcio é autofinanciamento com objetivos de compra definidos. Essa modalidade mantém a demanda estabilizada ao longo do tempo: à medida que os consorciados mais antigos são contemplados e utilizam suas cartas de crédito, outros novos consorciados vão aderindo à modalidade, tornando-se futuros compradores”, esclarece.

Na evolução das contemplações e das vendas de cotas de consórcio de janeiro de 2020 a dezembro de 2021, ou seja, no período pré e pós pandemia, é possível conferir que, após queda acentuada nas vendas de cotas no início das medidas de isolamento, a recuperação se deu logo em seguida, no formato “V”. 

“Os consumidores seguiram aderindo ao consórcio. Em outras palavras, poupando. Todavia, as contemplações, depois de breve redução, voltaram também ao seu ritmo normal, mantendo a demanda por bens e serviços por parte dos consorciados”, explica Barbagallo.

De forma positiva, a maioria dos consorciados contemplados transformou os créditos concedidos em consumo, mesmo tendo a opção de não o fazer de imediato, mantendo-os corrigidos de acordo com as regras fixadas pelo Banco Central do Brasil.

Categoria(s):

Drops de Mercado

Tag(s):

, , , ,

2 respostas para “Consórcio minimiza efeitos do “paradoxo da parcimônia””

  1. Paulo Silva disse:

    Falácia. O atual sistema de financiamento e compra a prazo é fator de empobrecimento popular e concentração de riqueza na mão dos capitalistas – os banqueiros. Para o povo prosperar é necessário que faça poupança e só compre à vista, deixando de pagar juros (custo da “compra” do dinheiro”) ao capitalista.
    Empresários não são capitalistas, são empreendedores e geradores de empregos e riqueza. Capitalistas são os banqueiros.

    • ABAC disse:

      Prezado Paulo
      Não relegamos a importância da poupança no desenvolvimento de um país, contudo, nenhum país se desenvolve sem um sistema bancário sólido e sem crédito. Bancos são intermediadores, captam recursos de poupadores, que são importantes, e os disponibilizam para aqueles que em determinado momento precisam de crédito. O crédito é de extrema importância para o desenvolvimento de um país, financia obras de infraestrutura, imobiliários, sistemas de saúde, novos negócios, consumo, entre outros. O conceito de alavancagem financeira – amplamente estudado por quem entende de finanças – mostra exatamente a importância do uso de recursos de terceiros para impulsionar e rentabilizar o retorno dos empresários, que se dependessem apenas de seus recursos muitas vezes não conseguiriam atingir objetivos mais altos. Um sistema financeiro fiscalizado e bem regulado é fundamental para o país.
      O paradoxo da parcimônia, difundido no início do século 20 por Keynes, é uma teoria que, guardadas algumas ressalvas, se comprova. Veja por exemplo o Japão, onde a taxa de poupança é alta, mas a economia não cresce. Evidentemente, como disse, não estamos relegando a poupança a segundo plano, apenas desenvolvemos um tema que faz sentido em alguns períodos da economia, aliás, o Sistema de Consórcios é um incentivador da poupança e do consumo, pois durante um período as parcelas do consorciado vão se acumulando até que ele seja contemplado, e aí, depois da contemplação, ele passa a utilizar do capital do grupo para realizar o seu objetivo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Receba novidades





    ENVIE SUGESTÕES
    DE POSTAGENS