78% dos brasileiros mudaram hábitos de consumo em 2018

21 . fev . 2019

Ao enfrentar dificuldades financeiras, boa parte das famílias brasileiras passou a administrar melhor o orçamento e, consequentemente, a criar uma relação mais saudável com o dinheiro. Estudo recente mostrou que a maioria pretende manter os novos hábitos de consumo, mesmo passados os momentos difíceis.

O levantamento investigou a percepção e os efeitos da desaceleração da economia no orçamento das famílias em 2018, e suas atitudes com relação às suas finanças para 2019. Ele foi realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com o Banco Central (BC).

De acordo com o estudo, em 2018, oito a cada 10 brasileiros (79%) mudaram seus hábitos no dia a dia. Destaca-se, entre as medidas adotadas, a pesquisa de preços antes de adquirir algum produto (59%). Outras mencionadas foram limitar gastos com lazer (56%), controlar despesas pessoais (55%), e procurar reduzir o consumo de luz, água e telefone (54%). Já 53% passaram a ficar atentos às promoções em busca de preços menores. Enquanto 46% substituíram produtos por marcas similares mais baratas, e 42% admitiram ter incorporado a prática de pechinchar.

As mudanças no padrão de vida impactaram os entrevistados emocionalmente:

  • 32% afirmaram sentir-se impotentes frente a vontade de ter algo e não poder comprar;
  • 26% mostram-se constrangidos por não conseguir dar à família o que ela deseja;
  • 25% demonstram frustração por deixar de comprar certos produtos de que gostam

Por outro lado, 37% disseram sentir-se satisfeitos por manter, ao menos, os gastos essenciais, e 33% aliviados por não estourar o orçamento.

Manutenção dos hábitos de consumo

O estudo procurou saber se o novo comportamento adotado em 2018 seria mantido diante das perspectivas de recuperação da economia. Os dados indicam que a maioria dos respondentes pretende continuar com os mesmos hábitos adquiridos durante momentos difíceis.

Entre as práticas que os consumidores pretendem manter estão troca de produtos por similares de marca mais barata (68%), atenção às promoções (67%) e redução do valor pago com serviços por assinatura (65%) — TV ou internet, por exemplo. Há ainda aqueles dispostos a aumentar a frequência com que poupam parte dos rendimentos (47%).

Por outro lado, parte dos entrevistados reconhece que pode reverter as atitudes adquiridas assim que a situação melhorar: 42% querem retomar o estilo de vida anterior; 27% pretendem voltar a consumir boas marcas, mesmo sendo mais caras; e 23% alegam que teriam dificuldade em manter a vida financeira regrada.

Estudo de 2018, apontou que, naquele ano, 83% pretendiam manter os hábitos de consumo que adquiriram durante a crise.

“Bons hábitos de educação financeira costumam ser encarados como restrições a experiências positivas de consumo. Mas ter um orçamento planejado e controlado acaba viabilizando objetivos importantes na vida das pessoas. Deixar de comprar aquele par de tênis da moda, por exemplo, ajuda na compra do material escolar. Além disso, uma boa gestão do orçamento também prepara qualquer um para eventuais imprevistos que surjam. Cuidar bem das finanças evita o estresse que costuma vir junto com o endividamento ou o aperto financeiro”, ressalta Luis Mansur, chefe do Departamento de Promoção da Cidadania Financeira, do BC.

Categoria(s):

Educação Financeira

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