O ano de 2017 começa em meio a um clima de otimismo, principalmente depois de a inflação medida em dezembro de 2016 ter ficado abaixo do teto da meta estipulada pelo Governo e da redução de 0,75 pontos percentuais na taxa Selic. No segmento de consórcios, alguns resultados alcançados já no segundo semestre de 2016 dão indícios de que a crise econômica pode ter começado a ficar para trás.
A partir de maio de 2016, houve um movimento de recuperação nas vendas de novas contas de consórcio. De julho a novembro do ano passado, o somatório das vendas acumulou 1,03 milhão de adesões, alta de 3,9% em comparação ao mesmo período de 2015, quando ficou em 991,5 mil. Além disso, em novembro de 2016 o Sistema de Consórcios alcançou o terceiro maior volume mensal de adesões, com 219 mil novas cotas, abaixo do recorde de 221 mil em agosto e 220 mil em outubro, mas acima da média mensal de 185,8 mil novas adesões.
Análises feitas pela assessoria econômica da ABAC perante as administradoras associadas projetam confiança para o ano que se inicia, mas novamente com muitos desafios. Em razão da atividade econômica em fase de retomada lenta e gradual, a entidade acredita que a prática da educação financeira, na qual o consórcio se insere, possa trazer a repetição dos resultados alcançados pelo Sistema de Consócios em 2016.
“A retomada da confiança dos consumidores gera expectativas positivas para a economia, que deverão ser observados já no 2º semestre de 2017. No Sistema de Consórcios, considerando os consumidores que analisam, comparam e planejam seu futuro, há possibilidade de repetirmos os resultados alcançados no 2º semestre de 2016”, pontua o presidente executivo da ABAC, Paulo Roberto Rossi.
A agenda do Banco Central divulgada para 2017 prevê ações voltadas para a cidadania financeira do brasileiro, buscando ampliar o conhecimento da população sobre o assunto. A ABAC divulgou apoio à essa iniciativa, reforçando que o consórcio é um mecanismo de autofinanciamento que possibilita a realização de sonhos daqueles que planejam e controlam suas finanças pessoais. Inclusive, aqui no Blog da ABAC, você encontra posts exclusivos sobre o assunto na categoria “Educação Financeira”, com diversas dicas para melhorar seu relacionamento com o dinheiro.
Fim da crise econômica requer confiança
A assessoria econômica da ABAC avalia que, depois de um 2016 não tão ruim quanto o previsto por governo, instituições financeiras e agências internacionais, a recuperação da confiança por parte de consumidores, empresários e investidores, é fundamental para retomar o crescimento da economia.
Essa análise leva em conta que existe uma série de iniciativas já em curso, como a reforma da previdência, além das discussões sobre as reformas trabalhista e tributária, e outras já aprovadas, como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que criou um teto para o aumento dos gastos públicos a partir de 2017. Essas questões sinalizam ao investidor interno e externo que existe um movimento de estabilização para oferecer mais segurança jurídica.
Exemplo citado pela assessoria econômica da ABAC foi a Petrobras, que iniciou 2017 captando US$ 4 bilhões em recursos no exterior, quando inicialmente esperava captar US$ 2 bilhões. Isso mostra que a recuperação da credibilidade da empresa, com revisão de seus processos internos, pode se traduzir em mais investimentos.
Quando existem indícios de que a situação pode melhorar, o investidor fica mais confiante a aplicar seus recursos financeiros, buscando obter retorno nos próximos anos. Apesar desses investimentos oferecerem retorno apenas no médio e longo prazo, eles são fundamentais para a superação de gargalos, como os de infraestrutura. Além disso, segundo a assessoria econômica da ABAC, no curto prazo contribui no sentido de aumentar o índice de confiança de empresários e consumidores. Para o empresário, significa prospectar e investir mais, para o consumidor, significa ficar mais disposto a gastar.
A previsão para 2017 feita por analistas do mercado financeiro, ouvidos no Boletim Focus do Banco Central divulgado em 13 de janeiro, é que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil irá crescer 0,5%. Embora seja uma margem muito pequena, se confirmado esse resultado será melhor do que os últimos três anos. Porém, fatores internos, externos e mudanças que desestabilizem o país politicamente podem reverter este cenário para negativo, como conclui a assessoria econômica da ABAC.
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