A inadimplência no Sistema de Consórcios vem recuando anualmente, apesar dos avanços registrados no total de participantes ativos. Enquanto a inadimplência caiu 32% de 2015 para 2020, o número de consorciados aumentou 9,2% nesse mesmo período, pulando de 7,17 milhões para 7,83 milhões.
Os dados sobre a inadimplência no Sistema de Consórcios constam no Panorama do Sistema de Consórcios, publicado pelo Banco Central do Brasil. O material trouxe resultados animadores para as administradoras de consórcios. “A relação entre o aumento de consorciados ativos e a redução na inadimplência nos seis últimos anos evidenciou a mudança de postura dos interessados em adquirirem bens ou serviços de forma planejada e pelo consórcio”, pondera o presidente executivo da ABAC, Paulo Roberto Rossi.
Considerando os valores não pagos pelos consorciados contemplados há mais de 90 dias e menos de um ano, houve uma redução nos números da inadimplência. Este indicador passou de 3,74%, em 2015, para 2,54%, em 2020. Com isso, fechou em queda de 32,1%.
Em paralelo, os números da pré-inadimplência, que inclui valores em atraso pelos consorciados contemplados há no máximo 90 dias, a redução foi de 39%. Foi de 5,1%, em 2015, para 3,11%, em 2020. Veja o gráfico abaixo:
“Embora o índice de inadimplência tenha tido pequena elevação no ano passado com relação ao anterior, o da pré-inadimplência recuou”, explica o economista da ABAC, Luiz Antonio Barbagallo. Segundo ele, isso mostra “a tendência de queda futura na inadimplência.
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Em levantamento feito sobre as razões que levam as pessoas a ficarem inadimplentes, verificou-se que a maior causa está no desemprego. Nesta situação, o consumidor se vê obrigado a mudar seu comportamento, priorizando certas despesas em detrimento de outras – leia o post Gastos: necessários, supérfluos ou desperdícios. Há ainda um cenário agravante de aumento da inflação, com a consequente redução do poder de compra do trabalhador, que também contribui para o aumento da inadimplência.
Outra situação a ser considerada é a ausência de conhecimento sobre educação financeira. “Este motivo, comum tanto em períodos de crescimento quanto em períodos de recessão da economia, determina a falta de critério por parte do consumidor e o leva, em muitas oportunidades, ao superendividamento e ao consequente descontrole das finanças”, explica o economista da ABAC.
Como continuidade, o desconhecimento da essência da educação financeira pode ser mais um motivo gerador de inadimplência: ausência de planejamento financeiro. “Não se planejar é não definir objetivos claros para uma boa saúde financeira, pessoal ou familiar. Quando não sabemos onde queremos chegar, a possibilidade de se perder é muito grande”, conclui Barbagallo.
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Consórcio é compra colaborativa
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