Adotar práticas de consumo consciente ainda é uma dificuldade para os brasileiros. Entretanto, já há o reconhecimento quanto aos impactos ambientais causados pelo consumo inadequado de recursos naturais. Esse comportamento foi identificado em pesquisa da CNDL/SPC Brasil, divulgada em outubro.
Realizada com consumidores de todas as capitais do país, a pesquisa mostrou que a maioria (97%) possui alguma dificuldade em adotar práticas de consumo consciente. O alto preço dos produtos orgânicos (37%) e os obstáculos em separar o lixo para a reciclagem (32%), foram os principais empecilhos mencionados pelos entrevistados.
Esses dados fazem parte do Indicador de Consumo Consciente (ICC), que em 2019 atingiu 73% – mesmo percentual registrado em 2018. O ICC pode variar de 0% a 100%: quanto mais próximo de 100% for o índice, maior é o nível de consumo consciente.
De acordo com o levantamento, o brasileiro ainda é considerado ‘consumidor em transição. Ou seja, mais da metade (58%) mantém práticas de consumo consciente, mas em frequência aquém da desejada. Já três em cada dez (29%), se encaixam como ‘consumidor consciente’. Outros 13% somam os pouco ou nada conscientes.
O estudo mostrou ainda que no Brasil há uma visão de consumo consciente mais voltada ao aspecto financeiro. Para 41% dos entrevistados, ser sustentável significa adotar hábitos que evitem o desperdício e as compras desnecessárias. Leia o post 20 Atitudes para reduzir gastos
Para 32%, consumo consciente é entendido como a necessidade de se refletir sobre as consequências de uma compra antes de concretizá-la. Outros 14%, por sua vez, pensam em atitudes que tem como foco economizar dinheiro, enquanto 11% correlacionam a ação de economizar com a preservação do meio ambiente.
Em uma escala de 1 a 10 de autoavaliação sobre a prática de consumo consciente no dia a dia — em que 1 corresponde a “nada consciente” e 10 significa “muito consciente” —, os entrevistados atribuíram a si mesmos a nota média de 7,7.
“Embora muitos não consigam definir corretamente o que vem a ser o consumo consciente, a percepção em relação às próprias ações no dia a dia é positiva. Apesar disso, a pesquisa sugere que, sob alguns aspectos, essa autoimagem não corresponde totalmente à realidade”, explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
O ICC acompanha as mudanças nos hábitos de compra e outras ações cotidianas dos brasileiros ao longo do tempo, considerando os aspectos financeiros, ambientais e sociais. Abaixo, relacionamos apenas os aspectos apontados em relação ao uso consciente do dinheiro. Saiba quais foram as dez práticas mais comuns identificadas:
Anterior
PCA-10: ABAC lança selo digital
Deixe um comentário