Ensinar finanças para adolescentes é uma tarefa que exige habilidades específicas. Entretanto, conhecer as dificuldades desse público em lidar com o dinheiro é uma das formas de ajudar. Nesse post, você vai conhecer algumas dicas para alcançar esse objetivo.
Existem diversos canais falando sobre finanças e investimentos, sobre como ficar rico, mas poucos são os espaços que mostram como ajudar alguém a lidar com o dinheiro desde cedo. O Banco Central do Brasil, independente da idade da pessoa, segue uma metodologia chamada PLA, POU, CRÉ. Ou seja, planejamento, poupança e crédito. A diferença é qual enfoque desse tripé da educação financeira será trabalhado em cada etapa da vida.
Falando do conceito de planejamento, os adolescentes não são exatamente conhecidos por sua sabedoria, ou por tomada de decisões racionais. Então é necessário ter isso em mente. Ele está buscando pertencimento, lidando com um monte de sentimento confuso e principalmente com ansiedade.
E essa é a maior dificuldade do adolescente na hora de lidar com dinheiro. Aprender a não seguir a turma e controlar aquele gasto por impulso. Recado tão importante que vale a pena ler este post.
O adolescente precisa entender que toda vez que ele imita os amigos e faz uma compra por impulso, fica cada vez mais longe dos seus objetivos financeiros. E o primeiro passo é que ele tenha objetivos financeiros claros. E como fazer isso? Com planejamento. A partir dos 12 ou 13 anos, já é possível incentivar o adolescente a participar do planejamento dos gastos familiares.
Se você faz compras do mês e tem um dinheiro separado para isso, já é possível passar essa tarefa para o adolescente. Anotar o que falta em casa, os preços estimados e calcular esse gasto para ver se o planejado vai dar conta do período. Se o adolescente é um jovem aprendiz, recebe uma mesada ou começou a empreender, mesmo que de brincadeira, mas começou a ter uma renda própria, ele pode começar a fazer seu planejamento financeiro.
Ajude o adolescente a fazer uma planilha de gastos mensais, em que ele anote tudo o que pretende gastar ou investir. Mostre que é importante analisar se ele de fato gastou ou investiu como tinha pensado. Se preferir, ele também pode trocar a planilha por um aplicativo. O importante é anotar tudo.
A ABAC, inclusive, possui uma planilha de controle financeiro disponível gratuitamente para download. Ela foi elaborada de modo a controlar os gastos mensais e estabelecer metas de consumo.
É sempre bom lembrar o adolescente do básico: tudo que entra, tudo que sai. O valor ganho precisa ser maior que o valor gasto ou pretende gastar. Ou seja, a despesa precisa ser menor do que a receita. Então, ele poderá encaixar os objetivos e desejos que possui em seu planejamento. Seja a compra de uma roupa, celular, jogo ou fazer um passeio no final de semana. Assim, ele vai separando uma quantia todo mês com esse propósito.
Saindo um pouco da parte do planejamento e entrando na poupança. A intenção deve ser a de ensinar para o adolescente como alcançar os objetivos de curto, médio e longo prazo. Ou uma frase utilizada pelo BCB, que é “dar nome ao seu dinheiro”. Ou seja, saber de antemão o destino do recurso que está entrando. Isso ajuda a evitar os gastos sem finalidade ou por impulso.
Tendo os desejos e necessidades em mente, o adolescente consegue estimar quanto e em quanto tempo precisará juntar para atingir quais objetivos. Se ele já possui uma conta bancária, é possível acompanhar e investir esse dinheiro – lembrando que bet não é investimento.
O terceiro pé do tripé da educação financeira é o crédito. Se o adolescente não tem, em pouco tempo é possível que ele tenha acesso a crédito. Através, por exemplo, de um cartão de crédito. É por isso que ele deve entender que o crédito é uma dívida. Ele pode e deve ser usado, mas com responsabilidade.
A dívida contraída em algum momento deverá ser paga. Por isso, é fundamental explicar que crédito não pode ser usado sem propósito e que é necessário ter o cuidado para não se endividar excessivamente sem ter condições de pagar. Muito cuidado, por exemplo, com o rotativo do cartão de crédito.
O crédito não deve ser demonizado, ele pode ser usado de várias formas, inclusive para crescimento do patrimônio. Seja para comprar uma casa ou abrir um negócio, o importante é que o crédito seja utilizado com propósito e na hora certa.
Para finalizar, antes de fazer um gasto, peça que o adolescente se faça duas perguntas. Uma é se o gasto é realmente necessário. A outra é se o gasto precisa ser feito naquele momento. Se essas duas respostas forem positivas, cabe ainda uma terceira pergunta. Você tem como pagar? Só então é que o gasto deve ser feito, evitando compras por impulso.
No site Aprender Valor, programa de educação financeira do Banco Central, focado em escolas e professores, existe conteúdo específico disponível para ajudar a levar esses assuntos para os jovens. Basta se cadastrar no site para acessar. Existe também o curso de gestão de finanças pessoais hospedado na Escola Virtual de Governo.
Esse texto conta com informações do episódio 141 da série “BC te Explica”, do Banco Central. Se preferir acompanhar o conteúdo em vídeo, assista abaixo:
Aqui na ABAC, também temos conteúdos gratuitos sobre educação financeira. Eles estão disponibilizados no site Saber Financeiro. Para conhecer materiais sobre consórcio e o funcionamento do mecanismo, acesse Consórcio de A a Z.
Deixe um comentário