Diversidade de produtos financeiros traz benefícios, mas requer cautela

04 . abr . 2023

A diversidade de produtos é uma das características marcantes do Sistema Financeiro Nacional. Nos últimos anos, o desenvolvimento das fintechs ampliou o acesso de parte da população a estes serviços. Essa combinação, de diversificação de produtos e ampliação de acesso, traz benefícios para diversos segmentos da economia, mas requer cautela e educação financeira.

A educação financeira é uma área importante e que desperta a consciência das pessoas sobre as escolhas. Várias instituições estão empenhadas na sua promoção, como o Banco Central, através de seu Programa de Educação Financeira.

A ABAC também faz a sua parte neste esforço coletivo, oferecendo conteúdos gratuitos sobre o tema, apoiando eventos e discussões sobre o assunto, e através do portal Saber Financeiro. No site, é possível encontrar cartilha, planilha, textos e um quiz para testar seus conhecimentos.

Soluções adequadas para cada perfil

Com a gama de oportunidades à disposição no mercado financeiro, é preciso atenção e cautela nas decisões sobre a solução mais adequada para cada perfil de investidor ou consumidor. “Ao afirmar que determinado produto é o melhor entre todos, somos levados a uma situação hipotética de que toda a população investidora direcionaria seus recursos para ele”, aponta Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC.

“Cientes desse paradoxo, poderíamos ter a falsa conclusão que seria uma solução ideal, porém extremamente prejudicial para a economia como um todo”, enfatiza Rossi.

Atualmente, há no mercado financeiro um leque de opções de investimentos e produtos de crédito. São desde aplicações em Caderneta de Poupança, Fundos, CDBs, Letras do Tesouro e até Mercado de Capitais. “Vale incluir ainda outros tipos como empréstimos, financiamentos, e a opção do consórcio”, pondera Rossi.

Além das características de cada categoria para os investidores e tomadores de recursos, os produtos alimentam setores fundamentais ao desenvolvimento econômico do país. O consórcio, por exemplo, além de ser uma forma de autofinanciamento com baixos custos, voltado à aquisição de bens e contratação de serviços, estimula os diversos elos da cadeia produtiva.

“Ao funcionar como ferramenta para o planejamento da produção, o consórcio se mostra um verdadeiro regulador da demanda por não exercer pressão sobre os preços dos bens. Até junho de 2022, os ativos administrados pelo Sistema de Consórcios somavam acima de R$ 400 bilhões”, acrescenta Luiz Antonio Barbagallo, economista da ABAC.

Por causa de algumas semelhanças, vale citar a tradicional Caderneta de Poupança. “Muito criticada por seu baixo rendimento, registrou saldo de R$ 968,8 bilhões de reais em fevereiro deste ano. Ou seja, milhões de pessoas continuam enxergando nesta aplicação fatores positivos como a segurança, simplicidade e ausência de tributação”, diz Barbagallo. 

Outras preferências comuns

No mercado financeiro, outros aplicadores têm preferência por inversões que ofereçam rendimentos maiores, como em renda fixa, nos resultados dos fundos e nos CDBs, que, além dos rendimentos, são os funding, captados para concessão de empréstimos e financiamentos pessoais e empresariais, que também contribuem para o progresso da economia.

Paralelamente, há os que atuam no mercado de capitais, um sistema de distribuição de valores mobiliários que proporciona liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabiliza o processo de capitalização, presente nas bolsas de valores.

Por outro lado, existe mais um tipo de investidor cujo foco está na aposentadoria. Porém, sem conhecimento e sem paciência para aplicar seus recursos por conta própria, aderem aos planos de previdência privada.

“Apesar das críticas e mesmo sabendo dos custos que esses produtos possuem, optam por eles pela praticidade. Enquanto isso, há outros que preferem adquirir imóveis pelo Sistema de Consórcios projetando renda futura a partir dos aluguéis”, destaca.

“Face à variedade de opções, cada investidor escolhe o que lhe é mais adequado, baseado em sua cultura e perfil de conhecimento, confiança e segurança. Portanto, não há certo ou errado, melhor ou pior. Tudo dependerá da necessidade, prazo, momento de cada um, investidor ou consumidor”, conclui Paulo Roberto Rossi.

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Educação Financeira

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