Em uma pesquisa divulgada pelo SPC Brasil em 2015, mais da metade dos consumidores brasileiros (53%) relatou ter realizado pelo menos uma compra por impulso nos três meses anteriores ao levantamento. Passar em frente a uma vitrine e ficar atraído por um produto é normal, afinal é para isso que elas são feitas. Porém, entre o ímpeto de consumir e a ação de comprar, você já parou para pensar no que passa pela sua cabeça ao tomar a decisão? Conheça alguns fatores que ajudam a explicar como tomamos nossas decisões de compra e aprenda a controlar seus impulsos.
Imagine a seguinte situação: você sai sem pressa para comprar uma bola, que custa R$ 50, mas em outra loja, a 15 minutos de distância, o mesmo produto está sendo vendido por R$ 40. Em qual loja você iria comprar? Em outro caso, também sem pressa, há um celular sendo vendido por R$ 700 e em outra loja, na mesma distância do cenário anterior, há o mesmo aparelho sendo vendido em condições iguais, mas por R$ 690. Novamente a pergunta, em qual loja você iria comprar?
A maioria das pessoas relata que andaria para comprar a bola, mas não para comprar o celular. Isso porque o raciocínio comum é de que entre uma loja e outra, o preço da bola varia 10%, enquanto o celular é um desconto de apenas 1,42%. Entretanto, em ambos os cenários, a economia resultaria em R$ 10 a mais no seu bolso. A Psicologia Econômica, que estuda como tomamos nossas decisões de compra, explica que o cérebro está programado para funcionar de forma relativa, mesmo quando isso não é vantajoso.
Raciocínio parecido é o que nos leva a fazer “pequenos” acréscimos em uma compra ou gasto grande, como quando aceitamos gastar mais R$ 1 mil em uma reforma que custa R$ 10 mil, pois são só 10% a mais. Porém, para uma compra isolada, como fazer um curso ou trocar um eletrodoméstico, já não temos a mesma disposição. Também caímos nesse “truque” ao comprar o combo de um lanche. Nosso cérebro raciocina que gastando R$ 1 a mais, é vantajoso porque está levando mais produtos. O preço aparentemente mais vantajoso nos leva a consumir uma quantidade maior que a necessária para saciar nosso apetite.
Etapas antes de consumir
Antes de tomar uma decisão de compra, deveríamos passar por três etapas: perceber, avaliar e, por fim, escolher. O que acontece é que geralmente negligenciamos a fase de avaliação, em virtude do forte apelo ao consumo que existe em nossa sociedade. Atraídos pela visão de sermos mais bonitos, completos e felizes, surge um senso de urgência para aquisição do produto, sem avaliar qual sua real utilidade para nosso dia a dia. Além disso, costumeiramente não avaliamos se o preço cabe no nosso bolso e deixamos de pesquisar, sem pensar se vale a pena deixar para depois.
Agora que você entende como nosso cérebro é atraído por essas “grandes oportunidades” de consumo, tente exercitar as três etapas. Parar para pensar nesses mecanismos pode ser o primeiro passo em direção a boas decisões econômicas. Fique ligado nos posts de “Educação Financeira” do Blog da ABAC para receber dicas sobre como melhorar seu relacionamento com o dinheiro.
Esse texto foi escrito com informações do projeto “Cidadania Financeira”, do Banco Central (BC).
Penso que fazer uma lista do que precisamos comprar e sair de casa com o objetivo já definido ajuda a não gastar por impulso, temos que nos educar financeiramente, principalmente no nosso atual cenário econômico financeiro.
Isso mesmo, Rosimara!
Obrigada por sua contribuição!
Abraços
Excelente explicação sobre essa “estratégia” financeira, já passei por isso e acho que não caio mas nessa kkkk… Abac salvando minha vida financeira!
Que alegria saber disso, Erick! Obrigada por compartilhar!