Emprestar nome para amigos é uma decisão que requer cautela. A boa vontade de ajudar uma pessoa próxima tem levado muitos consumidores à inadimplência. Veja o que constatou pesquisa do SPC Brasil e da CNDL.
O levantamento ouviu pessoas de todas as capitais do país. Apontou que emprestar nome para terceiros está entre as causas que levam os brasileiros à inadimplência. Nos últimos 12 meses, 17% das pessoas que tiveram seus nomes inscritos em cadastros de devedores emprestaram documentos ou cartões para outros comprarem a prazo.
Neste grupo de pessoas, mais da metade (51%) das pessoas alegou ter emprestado o nome com o intuito de ajudar o amigo ou familiar. Outros 13% disseram ter ficado com vergonha de dizer não diante do pedido. Já para 11%, houve receio de magoar quem pediu o empréstimo.
“Emprestar nome para amigos ou conhecidos é uma atitude solidária, mas que pode causar danos à saúde financeira de quem arca com a dívida. Quem emprestou o nome termina se responsabilizando por uma dívida que não lhe pertence, cuja falta de pagamento possui desdobramentos sérios como a restrição ao crédito, inadimplência e até mesmo a perda da amizade de quem pediu ajuda”, alerta a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
E quem pede para emprestar nome? Segundo a pesquisa, a maior parte dos pedidos é de pessoas próximas. Amigos (26%), parentes (21%), irmãos (16%), pais (11%), namorados (9%), filhos (9%), cônjuges (8%) e até mesmo colegas de trabalho (8%). Outro dado que ressalta o risco de emprestar nome, é que quase um quarto dos entrevistados (23%) disseram nem saber o valor da compra feita. Em outros 28%, a pessoa combinou um valor e acabou gastando mais que o acordado.
No universo de entrevistados, 16% relataram não saber o que seria adquirido. Já entre os que sabiam, 37% relatou que foi para adquirir roupas, calçados e acessórios. Na sequência, foram citados empréstimo de dinheiro (20%), compra de equipamentos eletrônicos (19%), perfumes e cosméticos (15%), eletrodomésticos (14%) e móveis (13%). Isso mostra que as pessoas recorrem a terceiros para adquirir itens que nem são de primeira necessidade.
Quase um terço dos entrevistados (30%) tiveram que se responsabilizar pelo pagamento das compras efetuadas. Em apenas 11% dos casos analisados, a dívida contraída foi inteiramente quitada. Em metade dos casos (49%), a dívida ainda está em aberto ou sendo negociada.
De acordo com o levantamento, 84% das pessoas que tiveram seu nome negativado chegaram a cobrar a quitação da dívida. Dessas, sete em cada dez (71%) não recebeu o pagamento. Em 41% das situações, as pessoas cobradas alegaram não ter condições de pagar a dívida. Em 25% dos casos, elas desapareceram, impossibilitando uma cobrança indireta. Em 18% dos casos, a amizade foi rompida.
“Quem pede o nome emprestado muito provavelmente já tem dívidas em atraso e está com dificuldades de obter crédito por causa da restrição ao CPF. O recomendável é não emprestar ou emprestar apenas um valor que não fará falta no orçamento”, orienta a economista Marcela Kawauti.
Muito bom o Post, sempre bem embasado! Realmente a confiança pelo fato de sempre ser pedido por pessoas conhecidas acaba complicando a questão.
Fiz um Guia sobre Finanças Pessoais que é complementar ao que disse aqui, gostaria que desse uma olhada.
https://blog.eticimoveis.com.br/compra-de-imovel/financas-pessoais-guia-definitivo/
Acho que pode ser um gancho para suas matérias de finanças pessoais!
Obrigado!