Nos últimos anos, a ascensão econômica da população proporcionou aumento do consumo e colocou o cidadão em situações e operações financeiras com as quais não estava familiarizado. Com isso, tornou-se necessário despertar sua consciência quanto à administração adequada dos recursos e a manter uma relação equilibrada com o dinheiro.
A chefe do Departamento de Educação Financeira do Banco Central do Brasil, Elvira Cruvinel Ferreira, fala sobre a relevância e os desafios de promover a educação financeira no país.
ABAC: Qual a importância da educação financeira para o cidadão?
Elvira Cruvinel Ferreira: A educação financeira é um processo que tem por objetivo ampliar a compreensão do cidadão sobre sua vida financeira, de forma a adquirir competências e valores necessários para se tornar consciente das oportunidades e dos riscos nelas envolvidos.
Pesquisa do SPC aponta que o consumidor reconhece a importância da educação financeira, mas ainda não adota essas práticas em seu dia a dia. Na sua opinião, por que isso acontece?
Pesquisas mostram distanciamento entre o conhecimento, a atitude e o comportamento. Por essa razão, as ações de educação financeira promovidas pelo Banco Central buscam estimular ou induzir o cidadão a adotar novo posicionamento em relação à sua vida financeira. A combinação entre esses três elementos é capaz de levar a uma postura sustentável, consciente e efetiva na gestão dos recursos pessoais e no relacionamento com os provedores de serviços financeiros.
Podemos dizer que a crise faz o consumidor aprender e a incorporar princípios da educação financeira no seu dia a dia?
A educação financeira é uma necessidade atemporal. Seja em momento de crise ou de bonança, há riscos e oportunidades que precisam ser compreendidos e competências a serem desenvolvidas e postas em prática.
Como fazer com que os hábitos adquiridos durante a crise se tornem rotina tanto no poder público quanto pelo consumidor, mesmo em uma economia próspera?
Reforçando e ampliando a mensagem de que os atos de poupar para emergências, para a constituição de sonhos no médio prazo ou para a formação de uma reserva de longo prazo para a aposentadoria, por exemplo, independem do contexto econômico momentâneo. O consumidor percebe, por experiência própria, que esses hábitos trazem vantagens para ele. Cabe a nós reforçar essa mensagem.
Você acredita que o consórcio pode contribuir para disseminar princípios da Educação financeira?
Todas as instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional, autorizadas a funcionar e/ou supervisionadas pelos órgãos oficiais supervisores e reguladores do mercado, têm papel de destaque na promoção da educação financeira. É dever das instituições em geral, e das administradoras de consórcios em particular, promover a saúde econômica de sua clientela, de forma a robustecer seu mercado de atuação e assegurar a sustentabilidade de seu negócio.
É possível que, ao entender a importância do planejamento e de outros princípios da educação financeira, o consumidor veja no consórcio ainda mais oportunidades?
Um dos mais importantes elementos da educação financeira é a capacidade de tomar decisões conscientes, autônomas e responsáveis. Assim, um cidadão bem-educado financeiramente terá condições de analisar seu contexto de vida e avaliar a adequação dos produtos disponíveis no mercado às suas necessidades. O entendimento das características, dos benefícios e das contrapartidas inerentes a cada produto financeiro, inclusive o consórcio, aliado ao bom planejamento financeiro, que permite o conhecimento da própria capacidade de pagamento, poupança e endividamento determinará o sucesso da decisão individual.
Faça o download do Anuário 2016/2017 do Sistema de Consórcios e confira a íntegra da entrevista.
show de entrevista esta com a minha conterrânea Elvira Cruvinel. Muito esclarecedora.
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