Como fazer um orçamento pessoal ou familiar

05 . ago . 2020

O orçamento permite a você fazer uma análise visual do seu planejamento financeiro – ou da falta dele! É como uma fotografia do que aconteceu com o seu dinheiro ao longo dos meses.

Adquirindo o hábito de preencher um orçamento, é possível atingir muitos benefícios, como:  

  • conhecer sua real situação financeira, sabendo que um dos caminhos para piorá-la é seguir desconhecendo as dificuldades atuais; 
  • ajudar a planejar sua vida, seus sonhos e seus projetos para o futuro; 
  • definir e redefinir prioridades, ou seja, tornar claro o que é realmente importante para você e para sua família; 
  • identificar e entender seus hábitos de consumo ou o modo como você gasta seu dinheiro; 
  • organizar sua vida financeira e patrimonial; 
  • administrar imprevistos, lidando melhor com o que acontece fora do planejado; 
  • consumir de forma contínua (sem precisar interromper o consumo por ausência de recursos). 

Como começar

Elaborar o orçamento não é tão complicado quanto pode parecer. Para que você consiga se dedicar de verdade ao seu orçamento, é importante que se sinta confortável com o instrumento que escolher: ele não deve ser tão simples que não ajude você a entender sua situação atual, nem tão complexo que o desestimule de continuar a fazê-lo. 

Muitas vezes, usar um simples caderno de anotações pode fazer com que você vá, aos poucos, conhecendo como você gostaria de organizar e visualizar seus ganhos e gastos. Você pode, até mesmo, se basear em planilhas já existentes (clique aqui para conferir a planilha gratuita da ABAC) para criar a sua própria, pois há muitas e diferentes formas de organizar as mesmas informações.

Então, mãos à obra: seguindo os 4 passos abaixo, você conseguirá elaborar seu orçamento mensal e começará a compreender melhor sua relação com o seu dinheiro.

1. Anote suas receitas e despesas

Reserve uma pequena parte do seu tempo para registrar todos os seus gastos diários e torne isso um hábito. Não é preciso fornecer muitos detalhes, apenas anote com o que ou onde gastou (padaria, mercado, ônibus, gasolina, restaurante, contas pagas), a quantia gasta e o meio de pagamento utilizado (cheque, dinheiro, cartão ou outros).

2. Agrupe as receitas e despesas

Ao longo do mês, você pode receber dinheiro, ou seja, obter receitas, de diversos locais ou de diversas fontes (salário, recebimento de aluguel, um amigo que lhe devolve um dinheiro que você emprestou). Da mesma forma, você gasta seu dinheiro nos mais variados tipos de produtos e serviços (compra de roupa, supermercado, padaria, conta de luz, gasolina, prestação da casa, aluguel). 

É importante que, de tempos em tempos (pode ser uma vez por semana), você agrupe essas despesas em categorias. Por exemplo: gastos com conta de luz, gás, aluguel, podem ser agrupados em uma categoria de despesa chamada “Habitação”. Gastos com supermercado, padaria, feiras podem ser agrupados como “Alimentação”. Uma possibilidade de categorias de agrupamentos seria: Habitação, Alimentação, Saúde, Educação, Transporte, Vestuário, Lazer e Financeiro. 

Isso permitirá a você saber, no fim do mês, exatamente de onde seu dinheiro veio e, principalmente, com que ele foi gasto.

3. Analise a situação com atenção

Ao terminar o mês, organize os grupos de receitas e despesas que você criou. Nesse momento, forma-se um retrato fiel de como você adquire renda (recebe dinheiro) e de como gasta seu dinheiro ao longo de um mês (gera despesas). 

Com os dados já organizados, dedique um tempo para refletir sobre eles. Verifique se o que você recebe está sendo suficiente para cobrir suas despesas. Se for insuficiente, estude opções para solucionar o problema. Você pode aumentar suas receitas, diminuir suas despesas ou mesmo fazer as duas coisas.

Talvez você perceba que gasta muito com algo que não é importante, ou se dê conta de que algo muito importante para você está recebendo pouco ou nenhum recurso. É hora de priorizar sua vida e seus gastos, alocar dinheiro naquilo que mais importa para você

Um dos objetivos dessa reflexão pode ser fazer com que seus gastos sejam, sempre que possível, menores que seus ganhos. Isso significa ser prudente, ou seja, gastar de acordo com o que ganha. Para isso, talvez seja necessário modificar alguns hábitos e definir algumas metas.

4. Planeje o próximo mês

Tendo como base seus registros organizados e suas análises, agora você é capaz de planejar o orçamento do mês seguinte. Se você seguir os passos anteriores, terá condições de estimar (calcular) quanto e como quer usar o dinheiro do próximo mês. Com base no mês anterior, procure elaborar o orçamento, estimando as receitas que você deve receber ao longo do próximo mês e também as despesas, de acordo com o seu padrão de consumo. Lembre-se de agrupar seus gastos por categoria, pois isso facilita com que a estimativa fique mais próxima do real. 

Não desanime de fazer seu orçamento!

Não fique preocupado se, nos primeiros meses, você se sentir um pouco perdido, ou se suas estimativas não forem muito acertadas, ou mesmo se você não tiver ideia do quanto irá gastar com determinada categoria de despesa. Quanto mais vezes você fizer esse exercício, mais fácil e mais precisa será a sua capacidade de planejar o mês seguinte. Em geral, após três ou quatro meses de prática, a maioria das pessoas passa a ter condições de estimar seus gastos com mais precisão. Dê o primeiro passo e comece a fazer o orçamento, com as ferramentas que você tiver. Não há melhor meio de aprender do que a prática! 

Vale lembrar também que um objetivo interessante é chegar ao final do mês com saldo positivo: receita (valor recebido) maior que despesa (valor gasto). Isso vai permitir que você tranquilize-se em relação às suas finanças e vá, aos poucos, conquistando fôlego e coragem para planejar saltos maiores, tais como guardar dinheiro, ter uma reserva para imprevistos, definir meta ou sonho que seja importante para você. 

É possível guardar R$100,00 começando com R$10,00, mas não é possível guardar nenhum valor se não começarmos de algum lugar. 

Por fim, o uso do dinheiro muitas vezes envolve não apenas você mesmo(a), mas também sua família e as pessoas mais próximas a você. Caso essa seja sua realidade, não deixe de conversar com seus familiares e traçar planos em comum, de modo que todos sejam responsáveis por cumprir com o que for definido no orçamento.

Fonte: Portal Cidadania Financeira, do Banco Central do Brasil.

Categoria(s):

Educação Financeira

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