Você cuida da sua saúde financeira?

24 . jan . 2017

Saúde é o maior problema para o brasileiro, segundo pesquisa encomendada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), alcançando 37% dos entrevistados. Embora possa ser de origem mental, social, ambiental e física, existe um outro tipo de saúde que nos afeta profundamente: a saúde financeira.

O consultor e educador financeiro Álvaro Modernell, afirma que quando a saúde financeira está comprometida, gera preocupações, estresse, tira o sono e acaba prejudicando as tradicionais saúdes fisiológica e psicológica. Por outro lado, pessoas que conseguem estar com as contas em dia e eliminar ou reduzir bastante suas preocupações financeiras, alcançam um nível de tranquilidade maior, inclusive no sentido de gerar novas receitas, serem criativas e se manterem desejadas no mercado de trabalho.

Aos primeiros sinais de uma saúde financeira comprometida, ou seja, de um orçamento desequilibrado, o ideal é que as pessoas tomem medidas firmes de redução de despesas. Segundo Álvaro, em alguns casos é indicado até se desfazer de bens, se a situação estiver crítica. “Se o carro está quitado, pode-se cogitar sua venda para gerar uma receita que possibilite pagar as contas que possuem ônus elevado por juros e multas, e talvez comprar um outro carro, por meio de consórcio ou financiamento. Isso tem que ser bastante calculado porque os custos assumidos precisam ser menores do que os das contas que estão atrasadas”, orienta.

O comportamento ideal, que garante boa saúde financeira, é o de um orçamento equilibrado, com receitas superando as despesas e sobrando recursos para investir. Dessa forma, é possível planejar a realização de seus sonhos de consumo, ainda que sejam considerados supérfluos para terceiros. Se isso não está acontecendo, Álvaro indica duas formas básicas de organizar o orçamento: diminuindo despesas ou aumentando receitas.

Quando a receita do indivíduo está limitada a seu salário, vale um pouco de criatividade. “Geralmente as oportunidades surgem para quem está mais capacitado, é mais dedicado e também mais produtivo. As pessoas que estão endividadas costumam dormir pouco e têm problema de relacionamento com colegas, o que acaba reduzindo sua produtividade e aumentando o absenteísmo. Assim, ela se torna uma figura menos interessante para a empresa, além de ter baixas espectativas de aumento salarial ou de uma promoção, tendo ainda a própria renda ameaçada porque pode perder o emprego”, pontua Álvaro Modernel.

Nesse quadro de crise econômica, o consultor afirma ter percebido que estão se saindo melhor aquelas pessoas que não ficaram acomodadas com o próprio salário. “Elas correram atrás, fizeram horas extras e buscaram rendas complementares, através da fabricação e da venda de guloseimas ou através do uso de novidades tecnológicas, como aplicativos de carona ou de aluguel de quartos”, acrescenta.

Melhorando minha saúde financeira

De acordo com Álvaro Modernell, o melhor método de controle financeiro é o que se adapta à realidade da pessoa porque o que faz diferença é a postura de decidir gastar menos. Para isso, vale até mesmo um caderninho. No Blog da ABAC, listamos cinco aplicativos para te ajudar a controlar suas finanças ou, se você preferir planilhas, clique aqui para baixar um modelo preparado pela ABAC.

Na avaliação do consultor, as pessoas são capazes de encontrar oportunidades para reduzir despesas e aumentar a renda com a simples revisão da própria rotina, desde que haja “atenção, dedicação e persistência”. “A primeira coisa a ser riscada da sua planilha é o pagamento de juros e multas, recursos que apenas oneram o orçamento, sem trazer qualquer benefício. Você também está desperdiçando dinheiro quando almoça fora de casa e sobra alimento no seu prato, quando compra roupas, sapatos e bolsas que não serão usadas ou que você poderia usar uma que já tinha, quando anda de carro mais do que o necessário, principalmente havendo alternativas de transporte público, ao sair de um cômodo sem apagar a luz ou ao deixar o chuveiro e a torneira aberta mais do que o necessário. Procure projetar essas pequenas economias em uma escala anual, assim é possível perceber mais o valor economizado”, determina.

Saúde financeira e consumo

Comprar algo desejado ou conquistar um objetivo serve como combustível para que a pessoa entenda por que vale a pena se organizar. “A vida não pode ser apenas trabalho e pagar contas. Também é preciso ter condições de arcar com um gasto inesperado ou um sonho de consumo que pode ser apenas um desejo, como trocar seu veículo para um modelo melhor, comprar uma casa, adquirir uma lancha, um presente ou até mesmo fazer uma viagem dos sonhos”, afirma.

Em outro extremo, as pessoas que estão com as finanças comprometidas estão com a sua saúde financeira abalada. “O sinal mais claro que evidencia esse quadro é quando a pessoa começa a se preocupar mais com as contas que já estão atrasadas. Esse é o momento em que ela assume novos compromissos, faz prestações, compras, empréstimos ou entra no rotativo do cartão de crédito porque seu nível de despesas vão se acumulando mês após mês e já não cabem em sua renda mensal. O mais importante não é buscar fórmulas mirabolantes. Quanto mais simples e persistente, maior a chance de alcançar bons resultados”.

 

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Educação Financeira

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